quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Suposto saber é como voar, é só cair e errar.

Estava conversando com uma conhecida um certo dia sobre assuntos banais da escola, ela me dizia como escolhia suas matérias utilizando como critério não o horário mas sim o professor. Achei muito interessante, pois até então, nunca me atentei para o fato de que eu podia escolher quem iria ministrar ou administrar o saber, mas isso, se poderia dizer, é um caso aparte.
No desenrolar da conversa, e no explicar do que seria um bom professor surgiu uma expressão que se pode dizer curiosamente curiosa. Ao falar de um certo professor que tinha passado por sua história a conversa acabou passando por um tema da humildade, pois, segundo a analise da falante, o professor, ele sabia do que falava e mostrava a todos sem pudor, e ao mesmo tempo quando questionado por seus pupilos, tentava argumentar como a humildade de um aprendiz, buscando fazer do saber não um construto, mas sim uma construção.
“Ele tem um suposto saber, agente sabe que ele é fera, mas quando agente quer tirar uma dúvida, ele escuta e com um ar de humildade trás os argumentos que explicam ou elucidam a dúvida” Para tudo! Suposto saber, eu pensei, pode-se se pensar como o amor, é dar o que não se tem, melhor, é como diz Douglas Addams, em O guia do mochileiro das galáxias, é como voar, é só cair e errar!
Suposto saber, vamos entender, pela palavra, no seguinte sentido, um suposto saber, é algo que engana, ou algo que se engana, melhor que erra seu objetivo. Como na série de Douglas Addams, para voar é necessário cair e errar, a explicação parece a priori um tanto esdrúxula, mas partindo para uma analise mais sistêmica, cair e errar poderia se pensar em possibilidades, segundo a física, ou em permissões segundo a psicanélise.
Então vamos começar pela física, todo evento tem uma chance de acontecer, todo fenômeno é passível de não ocorrer, ou seja, é realmente possível uma pessoa atravessar as moléculas de uma parede sólida, basta que ela faça tentativas suficientes. Isso não é bobagem, é física contemporânea, então se por uma ironia do destino, melhor dezendo se existisse uma forma de restringir as possibilidades infinitas a um palpável de realidade, algumas pessoas realmente teriam a capacidade de voar. Mas a relação entre isso e o suposto saber, sim eu sei que não parece ter relação, mas pense comigo, cair e errar o chão significa dizer que a toda poderosa lei da gravidade são era tão poderosa assim, ou seja ela comete erros, isso identifica, segundo a paródia do vôo que se pode entender eventos “plenos” como sendo não tão plenos assim, a partir daí vamos pensar em permissão, que é o objetivo de explicar a comparação.
Cair significa sair de uma posição, puxado por algo que detém a força necessária para conduzir ao objetivo, no caso a queda. O chão é o inevitável, acho que ninguém conhece alguém que caiu de algum lugar e não teve uma conversa de pé de ouvido com o chão, o solo para os espertinhos, o objetivo da queda é o chão, todos nós sabemos disso, o chão é o mestre, ele é o detentor do saber, apenas esperamos dela, em queda, que seja suave, mesmo sabendo que ele, o chão, é sempre implacável. O mestre é do saber o detentor, e a ele seus alunos se dirigem apenas a espera do inevitável, se ele sabe eu vou aprender, mas o fato mais importante é que ele sabe. E se por algum motivo o chão abrir mão desse lugar de destino? E se ele abrir mão dessa posição de certeza?
Suposto saber é com cair e errar, você tem certeza de que vai cair, e o chão é o limite(perdoem o trocadilho), o impacto da queda, a dor do encontro com o inevitável o intrasponível, mas quando o chão abre mão desse lugar de certeza ele engana e é enganado, é proposital pois é certo que a dor do impacto irá chegar, mas o chão se diz ser a certeza do impacto, ele abre mão do lugar que lhe é de direito e permite ao, como posso dizer, em queda, fantasiar a respeito, pois aquele que lhe era o final, o inevitável não responde desse lugar, isso é suposto saber, minha colega tecia elogios para um professor que, deixava claro que sabia o que estava falando, ele era o chão, inevitável, ele era o sábio, o amado, aquele que a queda busca, mas ele abriu mão desse lugar de certeza para se colocar também no lugar de amante, o ouvir humilde, a argumentação suave, coloca o professor no lugar do chão, e ele abre mão desse lugar, é apenas um suposto chão, é apenas um suposto final, é apenas um suposto saber.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

De quem não tem o que fazer

Estou aqui, sentado na frente de um pc da minha faculdade, lendo revista em quarinhos e fuçando o blogs na internet, de certa forma pensando, obviamente além da trama da revistinha, no que se pode entender com a trama dessa vidinha mais ou menos que agente tem.
Uma Revistinha aqui um trabalho ali, de quando em vez alguns palavrões de emputecimento, mas no geral é bem mais ou menos a nossa vida. Mas as varias perspectivas dessa vida mais ou menos me tentam a refletir sobre simplesmente nada, o texto é vago e esse é o objetivo, ser vago, mehor dizendo, esvaziado de sentido. Só tive curiosidade, motivado pela pura falta do que fazer, a escrever algo realmente pertinente a minha personalidade, vaga, lindamente vaga, que me permite, em horas sorrir, em horas chorar, e em horas ser literalmente vago, ao passo que você, lendo esse texto vai se perguntar o que tem a ver falta do que fazer ser vago? E a vaca verde?

Encerro minha reflexão com duas tópicas:

A vaca verde Voa de costas num lago cheio de sapatos nadadores esportivos!

O crônista é sensivel ao mundo, ele tem a capacidade de ver as verdades através da barreira do mundano!

domingo, 12 de outubro de 2008

Da Humanidade, Vaidade e perversão

(Dá um desconto texto antigo, nessa época eu ainda engatinhava em psicanálise)

Seria possível afirmar que a humanidade se organiza de maneira perversa e conseqüentemente seria ela naturalmente desviante, quando são analisadas relações cotidianas entre pessoas, nota-se que suas relações são determinadas marcadamente pelo prazer. Freud mostra em seus trabalhos que tudo se baseia na gestão dos impulsos instintivos de sobrevivência, e quando comparados humanos e animais ditos inferiores, percebe-se que as relações humanas são realmente deformadas pois em situação normal os animais buscam, na maioria dos casos satisfazer seus impulsos da maneira mais “retilínea” possível. Podemos notar esse aspecto nos ritos de acasalamento e na dinâmica comportamental das espécies.

Naturalmente os animais se organizam de maneira tal que suas relações se limitam apenas ao ato de manter-se vivo e perpetuar a espécie, se analisarmos a relação de gênero, veremos que geralmente os indivíduos que realmente precisam marcar sua presença são os machos, pois são elas (as fêmeas) que possuem a real capacidade de procriar e por isso são seletivas, buscam sempre o mais apto à sobrevivência. Já ai podemos observar uma característica que se poderia chamar perversa, pois nós, os seres humanos, somos uma das poucas espécies senão a única a inverter os papeis na relação de gênero. Essa característica foi introduzida através da representação social aliada ao sedentarismo, então podemos entender que entre os seres humanos, as mulheres negam completamente a sua capacidade genitora em detrimento de sua necessidade (leia-se castração) de ser um homem ou no caso, adquirir o falo simbólico abrindo, mão da sua posição de seletora para uma consolidação de atitude subalterna.

Então podemos observar claramente que as relações são perversas em seres humanos, mas poderíamos nos manter nesse patamar comparando um ser de vasta complexidade sociocultural com animais ditos não racionais. Porém poderia então me arriscar a afirmar que não só a humanidade é naturalmente perversa como qualquer outro tipo de vida capaz de se organizar socialmente. Por Exemplo: alguns primatas, assim como nós possuem a capacidade de copular sem necessariamente estarem em período fértil (e o fazem), então nesse caso, pode-se dizer que existe ai um comportamento aflitivo/afiliativo, discriminando a existência de um desenvolvimento, mesmo que primitivo, de suas pulsões, que pode ser entendida ai com a ‘mãe’ de toda a subjetividade, no entanto, estes primatas também se apegam eventualmente à masturbação, então seria isso uma prova de que esses primatas possuem estruturação da libido, e que os mesmos são capazes de determinar um outro objeto, que não necessariamente o ato sexual propriamente dito? Então, diante dessa afirmação poderia ser dito que todo tipo de relação complexa sendo ela elaborada ou não possui traços perversos e que são comuns à animais que possuem a capacidade de formar sociedades estruturadas através de vínculos afiliativos/aflitivos, como alguns primatas.

Ao meu ver a perversão não é, de fato, um fator relativo ao desenvolvimento cognitivo e sim a caráter social, nossa sociedade se estrutura de maneira perversa, pois somos sedentários, assim como alguns primatas. A primeira vista, parece ser um conceito estúpido, porém se pararmos para analisar, a formação das estruturas sociais perversas, está intimamente ligada à representação social e conseqüentemente ao sedentarismo.

Partindo de um pressuposto de que animais solitários precisam se empenhar em permanecer vivos, a partir do momento em que se organizam, passam a demandar menos energia e menos tempo a essa tarefa, esse, o benefício da organização em grupos, permite a esses indivíduos utilizarem uma quantia maior de seu tempo para garantir que a manutenção das relações de grupo os mantenha unidos, e dessa forma são criados os vínculos afiliativos. Pode-se imaginar então que, os indivíduos não têm mais uma urgência em se manter alertas, e conseqüentemente não é mais tão necessária a apresentação de características facilitadoras da sobrevivência, ou seja, não mas se faz necessário o ritual de acasalamento voltado para a perpetuação da espécie. Colocamos então o raciocínio em um ponto crítico, pois não existindo mais a necessidade de encontrar obrigatoriamente uma parceira, o individuo macho pode passar a esperar que seja cortejado e em contrapartida a fêmea não mais precisa escolher apenas o mais forte e sim o que lhe parecer mais conveniente, com isso podemos notar que a relação dentro deste grupo se tornará baseada não mais na pura demanda de sobrevivência e se vinculará à relações de demandas outras.

E se pensarmos como seres capazes de se estruturar em grupos podemos cogitar a possibilidade destes seres assumirem representações semelhantes às representações humanas, como por exemplo a necessidade que os serem humanos possuem de possuir um marco de característica relevante (falo Simbólico). Podemos então, a partir desta breve discussão, identificar um começo de uma organização social e já se pode também esboçar uma noção de comportamento perverso naturalmente inserido pela organização social complexa que foi inflada em conseqüência do sedentarismo.

Dos "Ésses"

Tá, tudo bem, tem tempo que eu não coloco nada aqui, mas é porque eu realmente ando meio desanimado com as coisas. Faculdade, responsabilidade, problemas, passional, racional e tantas outras complicações da vida e dos desertos, mas ainda sim escrever sobre esse grande sarcasmo cotidiano seria curioso, mas curioso a tal ponto que seria para mim e, obviamente, para quem lê, desgastante, ou pelo menos gozado.
Sim, e então esse escrito não tem um objetivo específico, até por que se tivesse não seria meu e além do mais as coisas sem sentido ultimamente têm sido meu objetivo de vida, ou de morte quem sabe. A grande importância da coisa é: não fazer sentido algum, por que a vida não carece de sentido e curiosamente a loucura não carece de sentido, então somos loucos, e seus problemas, incomunicáveis.
Como já dizia tio Jaquinho, "A loucura é um flerte com o sem sentido" e por sinal, nossos desertos são bastante carentes de sentido, então por que sentido, se na verdade essa coisa de S1, S2, S3 é realmente chata, porem necessária, afinal de contas a danada da cosia volta, e volta sempre quando o sentido vai embora. Alinhar os "Ésses" nos ajuda a cortar o elo do sem sentido, ou por melhor dizer, ajuda-nos a acalmar a coisa em sí e é por isso que de vez em quando agente acorda respirando aliviado por ter sido apenas um sonho e engraçado, agente acaba contado para alguém, "nossa tive um sonho tão louco que acordei e agradeci por esrtar de volta à realidade" e "pimba" a coisa morre, melhor dizendo a palavra mata a coisa e nós, aliviados do trauma de encontrar a verdadeira realidade, a do sem sentido, voltamos a alinhar nossos "Ésses" um atrás do outro, negando e sempre negando, a beleza da loucura do Coringa e do Batman.

Sabe qual é a grande sacada da loucura?
Sabe porque a loucura e o sem sentido nos provocam tanto fascínio e temor?

A loucura está CERTA, e ela SABE DISSO!