segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

MACHISTAS SIM! E DAÍ?

Meu objetivo com esse texto é falar, melhor dizendo, propor uma reflexão à respeito do machismo, mas não um machismo como conhecemos, digo, como costumamos desmoralizar de dilacerar em críticas. A verdade é que, hoje, muito se fala e também muito se critica a respeito do machismo, ou uma cultura machista, mas uma questão sempre me incomodou a respeito dessa crítica. Quem criou o machismo como conhecemos hoje e o que é, de fato, o machismo para os homens.
Fato, é que culturalmente e aos olhares dos defensores dos direitos iguais entre os gêneros, classificam o homem machista como um sujeito que, invariavelmente discrimina o outro sexo e hipervaloriza o poder de sua virilidade. Bom, este conceito, ao meu ver, não definiria o que seria machismo, entretanto, só podemos pensar a respeito de um homem ou uma cultura machista quando encontramos em sua explicação um par oposto. Então, não podemos definir o conceito de macho sem invariavelmente delimitar conceitos que se relacionam a, em primeiro momento, as diferenças, anatômicas, de gênero, culturais e, me perdoem a redundância, relacionais a respeito do incompreendido Macho.
A nossa realidade cultural determina a existência de um homem machista e mais ainda uma cultura machista, mas que machista é esse? Estamos aqui colocando em foco um fator crucial na formação deste famigerado conceito, será que alguém em algum momento, digo algum homem, se anunciou pura e simplesmente  como um machista? Bom, eu posso dizer que eu faço isso o tempo inteiro assim como milhões de outros incompreendidos homens atores, escritores, poetas, cientistas, políticos e por que não religiosos.
Me considero machista sim, vivo a partir de uma ideologia machista, e ouso afirmar que muitos homens também o fazem e são orgulhosos disso. Sei que ao afirmar tal fato corro o risco de ser apedrejado por homens e mulheres que repudiam a simples palavra machismo sem ao menos parar para se questionar o que, de fato seria o machismo como uma ideologia. Fato é, que esse machismo que está tão difundido entre as pessoas, na cultura, é uma espécie de marca, um estereótipo de certos eventos, acontecimentos e estruturas sociais que repetem uma postura que desprivilegia a figura do feminino. Isto é historicamente verificável, não questiono em hipótese alguma a existência de tal discrepância e a isso podemos gerenciar um incontável de hipóteses a cerca da destruição da figura do feminino ao longo da evolução da cultura ocidental, partindo desde as relações com o paganismo à fundação da nova ordem religiosa cristã até mesmo à introdução do pensamento capitalista e da sociedade de consumo. De fato o feminino vem sendo ao longo da história humana, degradado e deposto de um determinado lugar, mas até ai, sinceramente não posso nem se quer mencionar a palavra machismo.
Então, se quando vamos buscar a origem dessa concepção apenas conseguimos descrever circunstancialmente eventos que apontam para a existência de uma degradação da figura do feminino, por quê este conjunto de eventos são erroneamente denominados de machismo? Seria tal conceito, um conjunto de atitudes voltadas para degradar a imagem da mulher como sendo um sujeito dentro de sua diferença? Acho que não.
Em todo caso, a partir dessa lógica, posso afirmar como certa ousadia que não existe de fato uma definição apurada do pensamento machista, mas acredito que podemos sim delimitar a origem e a filosofia por traz do pensamento feminista que veio em busca da igualdade, do retorno da mulher ao lugar de igual em direitos e liberdade.
Esta liberdade vem sendo conquistada a duras penas ao longo dos tempos, galgada a contrapassos por mulheres de fibra apoiadas em uma ideologia forte que defende a autonomia e a igualdade da figura da mulher em todos os aspectos e fatores dentro de uma sociedade. Como bom machista que sou, direi que isso é certo e errado.  Por um lado concordo plenamente na ideologia feminista, mas discordo em um ponto, não existe de fato igualdade que não seja social e cultural.
A começar pela questão do gênero, da formação do corpo e por consequência de como esse corpo se relaciona como o mundo. Existem diferenças sim, neste aspecto eu defendo minha ideologia machista, homens são homens, mulheres são mulheres e as diferenças é que sustentarão minha tese sobre a ideologia machista. Tenho como proposta com essa provocação construir, ou quem sabe por ao chão uma concepção a respeito do machismo deturpada por uma postura reparacionista que deixa de lado uma substância de valor incalculável para as relações humanas, a diferença inevitável e insustentável que existe entre o masculino e o feminino. Para isso terei que retornar às origens da mitologia pagã em busca da real significação do feminino, para, a partir dai chegar ao ponto que origina tal repressão que nos dias de hoje é revelada pela estereotipia do homem machista que, se este não for um completo imbecil a respeito de seu papel social ( leia-se mal educado), não tem nem a chance de compreender por que diabos, é chamado de machista quando acredita que uma mulher não deveria pagar uma conta, ou que ele seria inteiramente responsável pelo cuidar de uma dama. Curiosamente para compreender tal machismo, teremos que nos concentrar em investigar a origem feminino.

3 comentários:

  1. Isto será pano pra muita manga...

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  2. Boa idéia a sua de polemizar o termo "machismo", e buscar desde os primórdios seu surgimento e, principalmente, seu significado, mesmo que este significado já esteja estruturado pejorativamente. No entanto, acho difícil tentar uma ressignificação deste termo, já que está tão arraigado em nossa sociedade. Mas eu apóio sua empreitada! =) Beijocas, Anna.

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  3. Em tempo, estou torcendo para que volte a postar periodicamente sobre diversos assuntos que te toque/indigna/reflita...

    Beijocas, Anna.

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