segunda-feira, 2 de junho de 2008

Do faz de conta!

Era uma vez... Bem, na verdade não era vez nenhuma por que se realmente fosse a vez de alguém essa seria a minha vez, pois eu iria contar a estória não querendo ser chato mas já sendo crítico para quê diabos as pessoas contam estórias?

Estava lendo uns blogs pela rede, coisa que eu nunca me imaginei fazendo, até por que é pura falta do que fazer, algumas narrativas muitas delas boas outras, nem tanto mas o interessante é que são narrativas, ou seja, contadas estórias de ninguém. Não existe fim nem começo nesses contos apenas aquilo que o autor imaginou, bela tarde de verão sentia o vento em seu cabelo e coisas do gênero.

Bem talvez eu esteja comentando pura e simplesmente pelo fato de que eu não possuo tal habilidade, para falar a verdade sou um péssimo contador de estórias e na verdade invejo aqueles que o fazem, mas ainda sim me atendo ao tema. Por favor completem suas estórias, e o leitor me pergunta mas o que tem demais em escrever um fragmento de uma narrativa apenas para exercitar a mente e eu respondo, leia o post anterior, “Do real” para ser mais específico. “O quê??”

Pois é, então conte uma estória e corra o risco de se deixar envolver por algo pelo qual você tanto se defende, a grande graça da coisa é que hoje em dia poucos terminam suas estórias tudo passa muito rápido, talvez seja apenas um piscar de olhos o lapso que separa o indivíduo da defasagem e na ânsia de viver acabamos nos permitindo negar o tempo, por quê ele passa muito mais rápido do que se pode acompanhar então somos obrigados a trocar, não importa o que mas troque, troque tudo, sua roupa, seu celular, seu/sua namorado(a), sua vida seu trabalho, seus ideais, e também... suas estórias!

Curioso, antigamente as pessoas viviam em busca da vida após a morte e regidas pela ética do dever cumpriam suas tarefas, demandas sagradas a elas incumbidas pelo próprio divino. Nesse tempo, as pessoas viviam em função da boa morte e acreditavam poder viver eternamente após a sua contribuição no mundo dos “polegares opositores”*, mas hoje, bem hoje as pessoas são eternas, ou não, mas se não forem pelo menos tentam ser, então o que será que tem haver isso tudo com estórias em blogs?

As pessoas não são eternas, na verdade elas deixam esse mundo até bem rápido então o que fazer? Tentam viver eternamente e intensamente, condensam todas as vivencias em uma vida só, traduzindo para português. Por quê não fazer tantas coisas eu puder em vez de uma coisa só até onde puder? Ai a coisa fica interessante, pois os contadores de estórias de blogs caem como uma luva, nuca se prendem a um tema assim como as pessoas nunca se prendem a nada e o sabor do recomeçar não existe nesses casos acho eu, partindo do pré-suporto de que precisamos acabar algo para recomeçar, então cada estória do contador de estórias é apenas um começo, começo esse que não chega a ter um fim frustrante, pois em nossos tempos alucinados é perda de tempo ficar frustrado, alguém vai pensar antes de você na próxima estória, então deixa essa ai e parte para uma próxima, o personagem do conto anterior, bem, ele é passado.

Concluindo, são estórias sem fim, assim como somos pessoas sem fim, originadas de começos e apenas começos incompletos. A nós não nos cabe o direito da falta pois a falta é a fraqueza e fraqueza é passado, passado é tempo e o tempo anda, não ele voa e ultimamente não estamos tendo tempo de curtir nem nossas próprias histórias então escrevem-se estórias de cada um, de cada um de nós, de cada ninguém como alguém que não é e que precisa parecer que é!

*Falarei dos polegares posteriormente!

2 comentários:

  1. enquanto uns fazem da suave relva e do canto das fadas sua matéria,. eis aqui quem faz do processo o real...

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  2. Hum..., você fala da questão do experenciar o maximo de prazeres imediatos do individuo contemporaneo. Isso eu concordo. Agora..., me trouxe uma duvida. Como um mundo de buscas de prazeres imediatos, tem no seu trabalho seu oposto? Afinal, o que caracteriza o mercado do trabalho é a dedicação a continuar cada vez mais especializado em alguma coisa. Como o exemplo do urologista especialista só em ovo esquerdo. Porque nos prazeres buscamos o maximo do momento, mas no trabalho procuramos nos aprofundarmos e nos implicarmos cada vez mais? Fiquei intrigado.

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