Falo da necessidade do ser, ou de ser, é alo da forma que se faz iluminar quando nos é dado o favor de não sentir. Talvez escreva aqui sobre coisas sem sentido talvez até para mim mesmo, mas é justa essa necessidade, que não se pode negar, que não nos deixa devanear. Essa ansiedade, essa angustia, essa sede de servir a um propósito, seja ele qual foi, seja para quem for, seja apenas.
Eu me pergunto agora sobre esse tempo que espero passar, meio lento, enquanto escrevo essas palavras, não consigo de fato pensar de maneira sóbria, não consigo, e isso me é um pouco estranho, articular minhas ideias, que como já falei em outras, são tantas quantos eus eu puder criar. Algo me está cortando, algo que talvez eu não queira questionar, algo que me força a caminhar, mesmo que ainda me faltem pernas, mesmo que ainda me falte esperança, eu tenho esperança. Essa, quem sabe essa valsa, que é vida, comprime toda essa minha existência, num alucinado vácuo, ausência de ar, ausência de sabe-se lá o quê, apenas comprime, me distorce, me contorce, me mostra quem realmente sou, ou pelo menos quem deveria ser. Certo em minhas não tão não familiares dúvidas, estou necessariamente cobrindo a mim mesmo em determinâncias.
Nada de tempo pra pensar, como no compasso de uma peça, a cada barra, uma nova nota, a cada nota uma nova frase, a cada frase uma nova melodia, é frenético, é intenso, para mim é assustador.
A duvida, ela me conforta, não existe fim na duvida, é uma verdade universal, é um meio, é um lugar de ninguém para gente como eu, ninguém, é o lugar de comunhão onde nada, e afirmo com propriedade, onde nada, é seu ou de ninguém.
Mas me cabe a necessidade de existir, essa dúvida, que por tantas vezes me salvou da repulsa da humanidade, agora se faz tocada por uma urgência de ser, de existir, e eu me mostro pelos olhos vermelhos e cansados, olhos de quem não quer, e de fato não deve parar para pensar, pois esta vida de existência, é por demais assustadora.
Minha vida, nunca foi de amores, talvez nunca venha a ser, pois sou, um ser do nada. Luto para viver de escolhas, luto para viver de amores, luto para viver, mas no momento, estou apenas tentando existir.
Tem tempo que a gente não se encontra.
Há 5 anos
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