quarta-feira, 18 de junho de 2008

Do meu Deserto

Nem sei por que escrevo, na verdade só escrevo pra me desfazer das dúvidas, e eventualmente colocar algumas dúvidas em alguém
parando para pensar é isso que me motiva a escrever mesmo entendendo mal a minha língua e sendo mal entendido como sempre. Então escrevo por algo, ou para algo, ou mesmo para alguém, um amigo imaginário talvez , ou vários, talvez um que escute as palavras escritas, talvez para que apenas critique, mas no fritar dos ovos eu escrevo. Nada de ideal ou senso de justiça ou coisa parecida minha ordem é caótica e carente de sentido, mas sou eu uma pessoa moralista, que não preza pelo principio da moral e ao mesmo tempo defende com pouca atitude a moral do saber. Construir em palavras as minhocas que habitam o meu pensamento é tarefa difícil para mim e para todos aqueles que habitam a mim mesmo, sejam eles o que quiserem quando quiserem ou em síntese como acharem melhor. Problema é que são muitos e todos eles pensam ao mesmo tempo, uns são racionais, outros abstraem o real, outros constroem outros, que constroem outros mundos, outros “eu”, a maior parte deles é ninguém, mas todos eles pensam, pensam como eu e na maioria dos casos discordam de minha opinião, pensam como Freud e na maioria dos casos discordam de minha opinião, pensam como Sócrates e na maioria dos casos eu chego a conclusão que não se posso concordar comigo mesmo, mas todos eles pensam, e como pensam. Todos esse “eu” brigam por um espaço pra expor sua arte, sua guerra, sua crítica, sua fúria e todos eles lutam para aplacar sua solidão, eu os criei a minha imagem e semelhança e eles cresceram, evoluíram e agora vivem seus desertos da prova, sedentos por saber o que espera-os a seguir. Eu espero que eles possam me ensinar alguma coisa!

3 comentários:

  1. quase prepotentemente disfarçado de hulmide Deus. hehehe

    xeruu

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  2. Que criatura abissal é esta, de tantas faces, senão o homem?

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  3. Lembrei imediatamente do ornitorrinco de Renato, rs!, somos vários em nós mesmos (como o ornitorrinco) no deserto que é a nossa existência e que, incrivelmente, faz com que escutemos a nós mesmos. É um grande exercício de autoconhecimento.

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